Guia Completo: Como se Tornar uma Nômade Digital (Trabalhe e Viaje pelo Mundo)
- Go, Girls Travel

- 29 de set.
- 11 min de leitura
Como se tornar um nômade digital
Muitas profissionais sonham com a liberdade de trabalhar de qualquer lugar do mundo – seja de um café em Paris ou de uma praia paradisíaca na Ásia – enquanto mantêm suas carreiras. Esse estilo de vida, conhecido como nomadismo digital, deixou de ser apenas um conceito distante e tornou-se uma realidade cada vez mais mainstream. Já são mais de 35 milhões de pessoas vivendo como nômades digitais globalmente, e a previsão é chegar a 1 bilhão até 2035 forbes.com.br. A tendência explodiu nos últimos anos: segundo um relatório do Google Trends citado pela Forbes Brasil, as buscas pelo termo “nômade digital” atingiram um recorde histórico em 2024, com aumento global de 190% em cinco anos; no Brasil, o interesse saltou 250% apenas desde 2021 forbes.com.br. No primeiro trimestre de 2025, as pesquisas sobre vistos de nômade digital (para destinos como Portugal e Espanha) ganharam força, crescendo até 450% no Brasil inclusive, “como se tornar um nômade digital?” esteve entre as principais perguntas feitas no Google em 2025 – ou seja, muita gente (especialmente mulheres em busca de flexibilidade) quer entender como aderir a esse estilo de vida. Muitas mulheres estão abraçando o nomadismo digital, desde jovens profissionais solteiras até mães aventureiras que viajam com os filhos (as chamadas worldschoolers). Se você também deseja trabalhar viajando pelo mundo, este guia vai explicar, passo a passo, como se tornar uma nômade digital de forma planejada e inspiradora.

O que é ser uma Nômade Digital?
Ser uma nômade digital significa trabalhar remotamente enquanto se viaja e explora diferentes lugares do mundo. Ao contrário do trabalho tradicional de escritório, a nômade digital não tem um endereço fixo: seu “escritório” pode ser hoje um coworking em Lisboa, e no mês que vem uma cabana na praia na Tailândia. O importante é que o trabalho seja online e flexível – geralmente em profissões que só precisam de um notebook e boa internet. Em essência, é viver em constante movimento, alternando períodos em diferentes cidades ou países, sem deixar de cumprir suas responsabilidades profissionais. Não é férias eternas, e sim um estilo de vida que combina trabalho e viagem. Vale lembrar que nômade digital não é uma profissão em si, mas uma maneira de viver; praticamente qualquer profissão que possa ser exercida online pode sustentar esse modo de vida (de desenvolvedores de software a designers, redatoras, professoras, consultoras, etc.). A pandemia de 2020 acelerou essa tendência, mostrando que muitos trabalhos podem ser feitos de forma eficiente de qualquer lugar. Hoje, com a popularização do home office, o nomadismo digital se tornou mais viável do que nunca – e muito atrativo para quem busca liberdade geográfica.
Por que se tornar uma Nômade Digital? Vantagens e estilo de vida
Antes de mergulharmos no “como”, vale entender por que tantas pessoas estão adotando o nomadismo digital. As motivações variam, mas geralmente incluem:
Liberdade e flexibilidade: Poder decidir onde você vai morar nas próximas semanas ou meses não tem preço. Você pode perseguir o sol no inverno, escolher cidades com melhor qualidade de vida ou ficar perto de pessoas queridas em diferentes países, tudo sem abrir mão do emprego.
Viagens e aventura: Para quem ama viajar, ser nômade digital é viver em constante turismo. Você conhece novas culturas, aprende idiomas na prática e expande seus horizontes pessoais a cada novo destino. É uma vida cheia de descobertas e crescimento pessoal.
Equilíbrio e autonomia: Muitas mulheres encontram no nomadismo digital uma alternativa ao tradicional “9 às 5”. Você tende a ter mais autonomia sobre seus horários e rotina, podendo equilibrar melhor trabalho e vida pessoal. Além disso, fugir da monotonia do escritório fixo pode até melhorar o bem-estar e a criatividade.
Networking global: Em cada lugar você pode fazer novas conexões – desde amigos de viagem até contatos profissionais valiosos. Há comunidades ativas de nômades pelo mundo, prontas para receber novas integrantes. Esse networking internacional pode abrir portas inesperadas na carreira.
Possível redução de custos: Dependendo dos destinos escolhidos, o custo de vida pode ser mais baixo do que em grandes centros urbanos do Brasil. Morar temporariamente em países com moeda desvalorizada ou cidades menos caras pode ajudar a economizar, permitindo até investir mais em lazer ou em projetos pessoais.
É claro que nem tudo são flores – desafios existem (saudade da família, barreiras de idioma, necessidade de adaptação constante). Mas, para muitas, os benefícios superam as dificuldades. Se a ideia de trabalhar viajando ressoa com suas aspirações, vale a pena se planejar para entrar nessa jornada. A seguir, trazemos um passo a passo para ajudar você a se tornar uma nômade digital de sucesso.
Passo a Passo para se Tornar uma Nômade Digital
Antes de arrumar as malas, é fundamental se preparar em vários aspectos – profissional, financeiro, legal e pessoal. Veja os principais passos:
Conquiste um Trabalho Remoto. O primeiro passo para virar nômade digital é garantir uma fonte de renda que não dependa de um local fixo. Ou seja, é essencial ter um trabalho remoto. Isso pode acontecer de diversas formas: buscar uma vaga em empresa que ofereça home office integral, freelancing em sua área de expertise, abrir um negócio online ou até transformar um hobby em fonte de renda digital. Avalie suas habilidades e interesses para identificar o que você pode fazer online. Áreas como tecnologia, marketing digital, design, tradução/escrita, consultoria e ensino online estão entre as que mais oferecem oportunidades remotas. Se precisar, invista em qualificação (cursos de programação, marketing, idiomas etc.) para aumentar suas chances no mercado remoto. Também é importante construir uma presença profissional na internet – tenha um perfil atualizado no LinkedIn, um portfólio online dos seus trabalhos ou até um site próprio. Networking virtual conta muito: participe de comunidades e grupos da sua área, conecte-se com outras profissionais remotas e fique de olho em plataformas de trabalho freelance. Com dedicação, você consegue aterrissar um trabalho que possa ser feito de qualquer lugar. Afinal, ter renda online é o ponto de partida para sustentar o nomadismo
Planeje suas Finanças (e Crie uma Reserva). Vida de nômade digital requer organização financeira. Antes de cair na estrada, faça um planejamento financeiro sólido – essa é a base da tranquilidade para viajar e trabalhar sem sobressaltos. Monte um orçamento considerando sua renda atual e estimando despesas de vida como nômade (moradia temporária, passagens, seguro de saúde/viagem, alimentação, lazer, emergências). É altamente recomendável ter uma reserva de emergência guardada (o ideal são alguns meses de custo de vida), pois imprevistos acontecem – desde um laptop quebrar até precisar voltar ao país de origem às pressas. Segundo especialistas, esse colchão financeiro é essencial para quem vai se aventurar pelo mundo. Pesquise o custo de vida nos destinos pretendidos para adequar seu planejamento (há cidades muito mais baratas que outras). Organize também as formas de acessar seu dinheiro globalmente: contas bancárias internacionais ou multimoedas, cartões de crédito sem tarifa internacional, ou serviços como TransferWise podem facilitar. Atenção aos impostos: trabalhar em vários países não significa fugir do Leão. Em geral, você deverá continuar declarando renda e pagando impostos no país onde mantém laços residenciais mais fortes (muitas vezes é o Brasil). Informe-se com um contador sobre suas obrigações fiscais para evitar problemas. Com as finanças sob controle – ganhos em dia e gastos planejados – você viajará com muito mais segurança e poderá aproveitar melhor a jornada.
Documentação e Vistos para Nômades Digitais. Um erro comum é achar que dá para viver indefinidamente como turista de país em país. Para ficar legalmente em destinos no exterior por períodos longos, é importante entender de vistos e exigências de cada lugar. A boa notícia é que muitos países criaram o Visto de Nômade Digital – uma autorização especial para estrangeiros que trabalham remotamente. Nos últimos anos, governos perceberam o interesse crescente de trabalhadores remotos e abriram as portas aos nômades digitais, buscando atrair talentos e movimentar a economia local. Já são dezenas de países com esse tipo de programa, e a lista só cresce. Portugal e Espanha, por exemplo, lançaram vistos de nômade digital recentemente e viraram destinos cobiçados (não por acaso, as buscas por “visto de nômade digital Portugal/Espanha” dispararam em 2025 Itália foi outra que se juntou ao grupo em 2024f, e países como Estônia (pioneira nesse visto), Alemanha, Croácia, Costa Rica, Emirados Árabes (Dubai), Geórgia, entre muitos outros, também possuem vistos ou permissões similares. Cada país tem suas regras específicas, mas geralmente exigem: prova de trabalho remoto estável, renda mensal mínima, passaporte válido, seguro de saúde internacional e ficha criminal limpa. Para ilustrar, no caso de Portugal é necessário comprovar que você já trabalha remotamente há pelo menos 1 ano e que ganha no mínimo €3.040 por mês (aprox. R$ 16 mil), além de contratar um seguro de saúde, apresentar comprovante de acomodação no país e pagar uma taxa de cerca de US$ 250, entre outros requisitos. Outros destinos podem exigir valores de renda diferentes ou ter particularidades (alguns aceitam empreendedores, outros só freelancers, etc.). Portanto, pesquise sempre as regras atualizadas do país para onde deseja ir – os consulados e sites oficiais de imigração costumam ter as informações. Tenha em mãos documentos como diploma, contrato de trabalho ou comprovantes de renda, tudo traduzido se necessário. Dica: muitos nômades começam usando vistos de turista mesmo (que normalmente permitem 60 a 90 dias) e vão “pulando” de país, mas essa estratégia exige planejamento rigoroso para não violar leis migratórias. O melhor cenário é aproveitar os vistos de nômade digital disponíveis, pois eles permitem permanecer de 6 meses a 2 anos (variando conforme o país) com possibilidade de renovação. Com a documentação correta, você viaja tranquila sabendo que pode viver e trabalhar legalmente no destino escolhido.
Adote o Minimalismo e Prepare-se para Viajar Leve. Ser nômade digital implica viver com menos bagagem – tanto física quanto emocional. Na prática, você precisará se locomover com frequência, então desapegue de excessos: vale vender, doar ou guardar itens que não serão necessários na estrada. Simplifique seu guarda-roupa (peças versáteis e adequadas ao clima de onde vai), reduza objetos pessoais ao essencial e digitalize o que puder (documentos, fotos, livros – deixe tudo armazenado na nuvem). Essa mentalidade minimalista vai facilitar sua vida em constantes check-ins e check-outs. Além dos pertences, prepare-se para mudanças no dia a dia: novas camas, novos banhos, novos idiomas… Flexibilidade é a palavra de ordem. Esteja também pronta para lidar com a distância da família e dos amigos – esse é um dos desafios emocionais de quem vira nômade. Você perderá alguns encontros presenciais, mas poderá manter contato virtual e talvez receber visitas ou voltar de tempos em tempos. Trabalhe o desapego e a autonomia emocional para não desanimar longe da sua rede de apoio. Outra preparação importante: invista em equipamentos adequados para o trabalho remoto. Um laptop confiável (leve e potente), adaptadores de tomada universais, fones de ouvido com cancelamento de ruído (úteis em cafés ou aeroportos), baterias portáteis e um bom smartphone são essenciais. Tenha backups dos seus arquivos e considere um plano de internet móvel global ou chip internacional para emergências sem Wi-Fi. Deixar tudo isso organizado antes de partir vai evitar dor de cabeça na estrada. Em resumo, viajar leve – em todos os sentidos – dará a você mais mobilidade e menos preocupações, permitindo aproveitar melhor as experiências que virão.
Escolha Destinos Ideais (Custo, Infraestrutura e Aventura). Parte divertida do processo é decidir para onde ir. As possibilidades são imensas – desde grandes centros urbanos até ilhas remotas – então vale equilibrar sonho e praticidade. Ao escolher seu destino inicial (e os próximos), leve em conta alguns critérios-chave: custo de vida, qualidade da internet, segurança e infraestrutura local. Lugares com comunidades de nômades digitais consolidadas tendem a facilitar sua adaptação, pois oferecem espaços de coworking, eventos sociais e aquela rede de ajuda mútua. Por isso, cidades como Lisboa (Portugal) e Barcelona (Espanha) tornaram-se queridinhas – oferecem boa infraestrutura, culturas acolhedoras e agora contam com vistos específicos que facilitam a permanência. Outros destinos europeus em alta incluem Tallinn (Estônia) e Roma/Florença (Itália), que combinam história, segurança e programas para nômades. Já na Ásia, há polos vibrantes de nômades digitais em Bali (Indonésia) e Chiang Mai (Tailândia), famosos pelo custo baixo, clima tropical e estilo de vida relax. Na América Latina, destinos como Medellín (Colômbia), Cidade do México ou Buenos Aires atraem pela mistura de cultura rica e relativo baixo custo para quem ganha em dólar/euro. E não podemos esquecer alguns lugares emergentes: Dubai (Emirados Árabes) lançou visto para atrair remotos de alto nível. Costa Rica tem incentivos para nômades desfrutarem de suas praias, e até países menos óbvios como Geórgia e Eslovênia entraram na onda com vistos próprios. Com tantas opções, vale pesquisar o que combina com você. Prefere metrópoles cosmopolitas ou vilarejos tranquilos? Clima quente de praia ou frio de montanha? Faça uma lista de prioridades. Dica: comece por um lugar com estrutura confiável – por exemplo, um país onde você fale o idioma ou onde já existam conhecidos. Assim, sua transição será mais suave. Conforme ganhar experiência como nômade, você poderá se aventurar para destinos mais desafiadores. Lembre-se também de checar requisitos de entrada antes de embarcar (vacinas exigidas, vistos de turista ou eletrônicos, etc.). Escolhido o destino, vá de mente aberta e disposição para explorar muito além dos pontos turísticos – morar temporariamente em um lugar é diferente de estar de férias, e você terá a chance de vivenciar a cultura local mais a fundo.
Conecte-se com a Comunidade e Mantenha-se Adaptável. Por fim, para prosperar como nômade digital é importante cultivar uma mentalidade adaptável e construir uma rede de apoio ao longo do caminho. Cada país novo trará costumes diferentes, desafios inesperados e talvez até choques culturais – encare tudo isso como parte da aventura e mantenha a mente aberta. Desenvolva a capacidade de se adaptar rapidamente: hoje você aprende palavras básicas em espanhol para viver na Espanha; amanhã já estará se virando no básico do tailandês em Chiang Mai. Essa evolução contínua faz parte do crescimento pessoal que o nomadismo proporciona. Em termos profissionais, continue se atualizando e aprendendo novas habilidades (faça cursos online, participe de webinars, esteja de olho nas tendências da sua área) – assim você se mantém competitiva no mercado remoto e pronta para agarrar oportunidades que surgirem. Simultaneamente, não viaje sozinha nessa: busque outras nômades digitais para trocar experiências. Existem comunidades e grupos online para praticamente tudo – desde fóruns gerais de nomadismo digital até redes focadas em mulheres viajantes (onde rola muita ajuda mútua e inspiração). Participe de grupos no Facebook, no LinkedIn ou em plataformas como a Nomad List; siga criadoras de conteúdo nômade no Instagram (há muitas brasileiras compartilhando dicas valiosas); quem sabe junte-se a comunidades tipo Digital Nomad Girls ou Remote Women para se sentir acolhida. Quando chegar a um destino, visite coworkings, vá a meetups locais ou use apps de networking para conhecer gente – ter amigos na estrada faz toda a diferença para espantar a solidão e até render parcerias de trabalho. E claro, priorize sua segurança: principalmente sendo mulher solo em países desconhecidos, informe-se sobre os costumes locais, vista-se e comporte-se com respeito à cultura, e confie no seu instinto. De modo geral, a comunidade nômade é bem unida e diversa – sempre terá alguém disposto a ajudar ou companhias para aquela trip no fim de semana. Mantenha-se comunicativa e flexível, e você vai criar memórias e amizades para a vida toda.
Conclusão: pronta para embarcar?
Tornar-se uma nômade digital é um passo ousado, mas extremamente gratificante. Com planejamento cuidadoso, trabalho duro e mente aberta, é possível sim trabalhar e viajar pelo mundo de forma sustentável. Como vimos, é importante alinhar carreira remota, finanças em ordem, vistos acertados e um espírito desbravador. A tendência do nomadismo digital não para de crescer – e as mulheres têm sido parte fundamental desse movimento, provando que é possível ser cidadã do mundo sem abrir mão da realização profissional. Se esse estilo de vida faz seus olhos brilharem, por que não começar a se planejar agora? Revise as dicas deste guia, conecte-se com quem já vive na estrada e dê os primeiros passos rumo à sua liberdade geográfica. As experiências que aguardam são transformadoras: desde trabalhar com vista para paisagens incríveis até aprender sobre si mesma em cada novo destino. Você está pronta para se tornar uma nômade digital e escrever sua própria aventura pelo mundo? Então arrume a mala (sem esquecer o laptop) e boa viagem! 🌍✈️
Fontes: Dados de tendências e vistos segundo Forbes Brasil forbes.com.brforbes.com.brforbes.com.brforbes.com.br, artigos e especialistas em nomadismo digital.




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